A chegada do outono,quase que estação mais bela do ano, alegra-me de modo sublime.
É a época em que retomamos os trabalhos com os bonsai e os preparamos para atingir ideias programadas em seus projetos.
É no outono que as folhas caem, mas nem todas. Apenas as plantas caducas desfolham-se completamente, a exemplo do Acer (quando cultivado em locais de frio intenso).
É momento de adubação, como preparação para enfrentamento saudável do período de dormência, o inverno.
Somente nesta época do ano, temos este belo contranste entre o verde-azulado das plantas e o azul celeste, diante de tal luminosidade solar. O final da tarde tinge de laranja o horizonte, esparramando poesia e musicalidade no ar! Olha a sinestesia...
O outono traz em suas aragens uma gostosa saudade do frio e ainda um suave aroma de capim-limão...
O outono de certa forma suspende poesia no ar!
Para Drummond, o outono... "A cor. Redescobrimos o azul correto, o azul azul, que há meses se despedaçara em manchas cinzentas no branco sujo do espaço.O azul reconstituiu-se na luz filtrada, decantada, que lava também os matizes empobrecidos das coisas naturais e das fabricadas. A cor é mais cor, na pureza deste ar que ousa desafiar os vapores, emanações e fuligens da era tecnológica. E o raio de sol benevolente, pousando no objeto, tem alguma coisa de carícia. O ar ficou mais leve, ou nós é que nos tornamos menos pesados(...)"